Como já era esperado pelo mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, na última quarta-feira (30), reduzir a Selic (taxa básica de juros) em 0,5 ponto percentual, para 11% ao ano.
Este foi o terceiro corte consecutivo que, somado aos outros dois, resultou em uma redução de 1,5 ponto percentual na Selic desde agosto.
Este foi o terceiro corte consecutivo que, somado aos outros dois, resultou em uma redução de 1,5 ponto percentual na Selic desde agosto.
Com uma queda significativa na taxa de juros, os investimentos acabam sendo influenciados: de um lado a renda fixa perde atratividade e do outro a bolsa de valores pode ganhar novos adeptos.
Entretanto, especialistas ressaltam que, mesmo com os cortes recentes, a taxa de juros no Brasil ainda é muito alta (a maior taxa real e a segunda maior taxa nominal do mundo) e a bolsa de valores ainda está cercada de incertezas, o que contribui para deixar o investidor com mais dúvidas.
Renda fixa
De acordo com o professor do LabFin, Bolívar Godinho, a redução da Selic já estava precificada nas taxas de juros futuros e, por isso, não impacta tanto nos investimentos de renda fixa neste momento. Entretanto, alguns tipos de títulos públicos já começam a não ser tão atraentes para o investidor.
É o caso dos títulos pós-fixados atrelados à Selic. Isso porque, com as três reduções seguidas – e a previsão de mais cortes - indexar os investimentos a esta taxa pode não ser a melhor alternativa.
“Para quem investe nos títulos públicos, eu recomendo os títulos pós-fixados indexados à inflação”, afirma Godinho.
O professor do Ibmec-RJ, Luiz Filipe Rossi, concorda com a escolha. “Os títulos atrelados à inflação são a melhor opção agora, pois eles seguem um indicador muito confiável (IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e garantem ganho real para o investidor (rentabilidade total menos a inflação do período)”, diz.
Já os títulos prefixados podem não ser mais tão atrativos, de acordo com Godinho. “As curvas de juros futuros já estavam precificando essa queda e até outras, então não vejo muita vantagem nos títulos pré”, diz o professor.
Bolsa de Valores
Em um cenário de queda nas taxas de juros, a tendência é que a bolsa de valores ganhe espaço e conquiste novos investidores. Isto porque, com a renda fixa remunerando menos, o investidor teoricamente acaba aceitando correr mais risco para obter um ganho maior.
Entretanto, no momento atual, o cenário ainda é bastante incerto e os especialistas recomendam cautela com este tipo de aplicação. “Vimos um movimento de alta recente, mas isso tem acontecido com frequência: a bolsa se recupera e melhora um pouco, mas volta a cair com novas ondas de notícias ruins”, afirma Godinho.
De acordo com ele, este momento pode ser bom para aqueles que pretendem fazer uma poupança de longo prazo utilizando a renda variável. “O investidor pode começar a se posicionar em renda variável aos poucos. No início, coloca um pouco menos e depois vai aumentando, à medida que o cenário externo for clareando”.
O professor do Ibmec - RJ concorda. “A melhor estratégia é comprar ações pensando no longo prazo quando elas estão em um preço baixo. Então, quando a bolsa despenca, é a hora de comprar”, afirma Rossi.
Fundos
Para o professor do LabFin, os fundos de investimentos de renda fixa também podem ser uma boa alternativa para aqueles que são mais conservadores. Isto porque os gestores podem conseguir aproveitar melhor a flutuação das taxas e alocar o portfólio em títulos que remunerem melhor.
“O gestor pode fazer mix entre títulos corrigidos pela inflação e tpitulos privados, como as debêntures, e conseguir uma boa rentabilidade", afirma.
Já para quem é um pouco mais agressivo, os multimercados também começam a oferecer uma boa perspectiva. “Assim como com as ações, o investidor pode começar a montar uma carteira com estes fundos, focando no longo prazo”, conclui Godinho.
Fonte: InfoMoney
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