segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

PERSPECTIVA: Petrobras pode segurar movimento de queda do Ibovespa


   São Paulo, 27 de fevereiro de 2012 - As principais bolsas internacionais
operam em queda e esse pessimismo deve contagiar a bolsa brasileira hoje. Para o
economista da Alpes Corretora, Fernando Iamanaka, o Ibovespa, principal índice
de ações da BM&FBovespa, deve abrir em queda, porém, a expectativa de
aumento do preço dos combustíveis cobrado pela Petrobras pode segurar as
perdas. "Caso se intensifiquem as notícias em torno desse aumento, as ações
da empresa devem valorizar na expectativa de melhora na receita", aponta o
especialista.

   No cenário externo, as bolsas operam no campo negativo, refletindo as
declarações pessimistas dos ministros de Finanças e presidentes dos bancos
centrais presentes na reunião do G-20 (grupo que reúne economias mais
industrializadas e países emergentes), que aconteceu neste final de semana. Em
comunicado oficial, divulgado ontem à noite, eles afirmaram que o cenário
econômico internacional continua problemático, com crescimento fraco nas
economias avançadas e um crescimento forte, ainda que em desaceleração, nos
mercados emergentes.

   Os líderes apontaram que as expectativas de crescimento para 2012 são
fracas, e os riscos relacionados continuam elevados. Problemas estruturais,
reequilíbrio global insuficiente, altos níveis de dívida pública e privada e
incertezas continuam prejudicando as perspectivas de médio prazo para o
crescimento global.

   Pela manhã, o Banco Central Europeu (BCE) divulgou que a base monetária no
grupo de países que compõem a Eurozona, medido pelo agregado monetário M3,
cresceu 2,5% nos 12 meses até janeiro, após uma alta de 1,5% (dado revisado)
nos 12 meses até dezembro. Nos três meses de novembro a janeiro, a taxa média
 anual subiu 2%.

   O aumento do dinheiro em circulação é um dos pilares nos quais o Banco
Central Europeu (BCE) decide sua política monetária e serve de referência à
entidade para prever a inflação nos países que compõem a zona do euro.

   Na agenda de indicadores do dia, nos Estados Unidos, a Associação Nacional
dos Corretores de Imóveis (NAR, na sigla em inglês) informa, às 12h, o
índice de vendas pendentes de imóveis no mês de janeiro. Em dezembro, o
índice teve queda de 3,5% na comparação mensal. A expectativa é de alta de
1%.

   No mercado corporativo brasileiro, a Porto Seguro reportou um lucro líquido
no quarto trimestre de 2011 de R$ 192,3 milhões, o que representa uma
expansão de 6,7% em relação ao total de R$ 180,3 milhões reportado em igual
período de 2010. No ano de 2011, o lucro líquido da companhia atingiu R$ 580,1
milhões,  queda de 6,9% em relação ao total de R$ 580,1 milhões registrado
no ano de 2011. O lucro líquido já considera as incorporações de empresas
adquiridas pela companhia.

   A empresa de autopeças Fras-Le divulgou os resultados do último trimestre.
Foi registrado lucro líquido de R$ 9,3 milhões no quarto trimestre de 2011,
queda de 19,5% com relação ao mesmo período de 2010, que foi de R$ 11,6
milhões. A receita líquida aumentou 3,2% no período, ao passar de R$ 132,8
milhões para R$ 137,1 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização) passou de R$ 15,9 milhões para R$ 15 milhões,
queda de 5,6%.


    Mercados Internacionais
                             
   Os índices futuros das bolsas norte-americanas, com vencimento em março,
operavam em queda nesta manhã. O Nasdaq 100 desvalorizava 0,43%, aos 2.590,25
pontos. O S&P 500 recuava 0,47%, aos 1.356,80 pontos e o Dow Jones perdia 0,40%,
 aos 12.909 pontos.

   Na Europa, a principais bolsas também tinham desvalorização, o CAC-40, de
Paris, perdia 1,21%, aos 3.424,97 pontos o FTSE, de Londres, recuava 0,82%,
aos 5.886,20 pontos e o Dax, de Frankfurt, mostrava desaceleração de 1,22%,
aos 6.780,68 pontos.

   Na Ásia, o Nikkei 225, da bolsa de valores de Tóquio, caiu 0,13%, a
9.633,93 pontos o Hang Seng, de Hong Kong, retraiu 0,88%, a 21.217,86 pontos e
o Kospi, de Seul, recuou 1,42%, a 1.991,16 pontos. No sentido contrário, o
Xangai Composto, da bolsa de valores de Xangai valorizou 0,30%, a 2.447,06
pontos.


    Petróleo
           
   Entre os contratos de petróleo, há pouco, o WTI para abril, negociado em
Nova York, operava com desvalorização de 1,22%, a R$ 108,43 o barril, enquanto
em Londres, o Brent, para o mesmo mês, operava com queda de 1,17%, a US$
123,99.


    Câmbio
           
   O dólar comercial operava com alta de 0,41%, a R$ 1,7140. A moeda negociado
no mercado futuro, com vencimento para março, valorizava 0,20%, a R$
1.714,500.
         
    Juros

   Os contratos com maior volume nesta manhã eram os com vencimento para
janeiro de 2014, que recuava de 9,78% para 9,75%, com giro de R$ 2,456 bilhões.
O contrato com vencimento em janeiro de 2013 caía de 9,28% para 9,25%, com
giro de R$ 1,043 bilhão.

   O Indice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) apresentou deflação de 0,06%
em fevereiro ante inflação medida em janeiro de 0,25%. Nos últimos 12 meses,
a inflação acumulada é de 3,43% e, no ano, a taxa acumula alta de 0,19%. As
informações foram divulgadas, hoje, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com
base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de
referência.
   
   O resultado veio praticamente em linha com as expectativas do mercado. A
mediana de projeções do Termômetro Leia, pesquisa feita com instituições de
mercado com as estimativas para os principais indicadores econômicos do País,
 apontava para uma deflação de 0,08% no índice em fevereiro.


    Ana Rita Cunha / Agência Leia


    Edição: Douglas Antunes

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