São Paulo, 15 de fevereiro de 2012 - O presidente do Banco da Inglaterra
(BoE, na sigla em inglês), Mervyn King, afirmou que um default por parte da
Grécia é algo "inimaginável", com enormes consequências, tornando
impossível qualquer país se preparar para este acontecimento. A declaração
foi feita na coletiva de imprensa que ocorreu após a divulgação do relatório
trimestral de inflação.
Em relação à crise da dívida soberana enfrentada pela zona do euro, o
presidente do BoE reafirmou o que o relatório de inflação diz que os
problemas enfrentados pela região afetam o desempenho da economia doméstica, e
também dos bancos. "Se a zona do euro tiver uma piora, os bancos britânicos
sofrerão perdas. Esse é o grande problema da interconectividade", disse,
embora tenha garantido que as instituições estão se reforçando para
possíveis choques externos.
O sistema bancário do Reino Unido continua com o processo de desalavancagem
e isso está prejudicando o desempenho da economia no curto prazo,
principalmente das pequenas e médias empresas, que estão encontrando
dificuldades para contraírem empréstimos. "Precisamos reconhecer que os
bancos estão se desalavancando para conseguirem, no futuro, pegar empréstimos
no mercado a custos mais baixos", explicou. "Isso vai tomar tempo, não dá
para ajudar os bancos no curto prazo. Os pequenos negócios vão sofrer até os
bancos se recuperarem".
Inflação
De acordo com Charles Bean, vice-presidente responsável pela política
monetária do BoE, existe 50% de chance de a inflação ficar acima ou abaixo da
meta de 2% no futuro próximo, e que este não será o principal fator a
definir os rumos da política monetária britânica. King aproveitou para
acrescentar que o fim da influência de itens considerados temporários - o
aumento do imposto sobre valor agregado (VAT, na sigla em inglês), e os preços
dos alimentos e dos combustíveis - não subiram muito nos últimos tempos, o
que deve afetar positivamente o poder de compra das pessoas.
Quanto ao sistema de metas para a inflação, o presidente do BoE afirmou
que ele ainda é importante para a instituição, mas que os últimos anos
levantaram algumas questões relacionadas a eficiência real. "O sistema de
meta não impediu, por exemplo, que a inflação aumentasse bastante nos
últimos anos", disse.
Ivan Ryngelblum / Agência Leia
Edição: Gabrielle Moreira
Copyright 2012 - Agência Leia
Nenhum comentário:
Postar um comentário