terça-feira, 3 de maio de 2011

Morte de Bin Laden pode elevar dólar no curto prazo


Morte de Bin Laden pode elevar dólar no curto prazo 


Melhora na credibilidade do governo de Barack Obama reflete em ganhos da moeda americana sobre as divisas mundiais.
A morte de Osama bin Laden pode trazer impactos econômicos de curto prazo à economia brasileira.

Desde ganhos na estabilidade global até uma variação positiva na cotação do dólar, do ponto de vista econômico, o Brasil tem a ganhar com a eliminação do número um da Al Qaeda no mundo. O evento traz, em princípio, um movimento forte nos mercados de capitais.
A última segunda-feira (2/5) foi marcada pela queda no preço do petróleo, que chegou a tocar os US$ 110 o barril. Banco Central e Ministério da Fazenda também têm motivos para comemorar.
O ganho de credibilidade do governo Barack Obama não favorece exclusivamente a candidatura à reeleição do democrata, mas potencializa a soberania dos Estados Unidos na economia mundial, o que favorece pontualmente o dólar.
Uma alta da moeda, como já foi verificada na segunda-feira — na máxima do dia, o dólar marcou alta de 0,45% frente o real —, reduz as perdas da exportação e atende aos anseios da Fazenda e do BC. “O setor exportador, que movimenta fortemente a economia nacional, sai em vantagem”, destaca Marcelo Suano, pesquisador do Centro de Estratégia, Inteligência e Relações Internacionais (CEIRI).
Por outro lado, a apreciação da moeda americana desfavorece a própria política monetária que vem sendo aplicada pelos Estados Unidos, o que aponta para uma decisão política em detrimento do processo de recuperação após a crise financeira internacional. “Recentemente os americanos vinham em uma queda de braço com a China pela desvalorização da moeda”, contextualiza o pesquisador. “Um resultado como esse é uma força no sentido contrário.”
Brics
Em um aspecto mais amplo, a simples estabilidade trazida pelo fim das buscas a Osama bin Laden já é suficiente para um cenário mais favorável ao Brasil em detrimento aos seus parceiros emergentes.
“Sintomas que tragam qualquer espécie de estabilidade são muito positivos para o Brasil, porque somos um país foco de recebimento de investimentos”, explica José Luis Niemeyer, professor do Ibmec, especialista em Relações Internacionais e Economia.
Esse fator ganha mais importância com o posicionamento geopolítico afastado de possíveis “zonas de ruptura”. O Brasil não vive sob ameaça de litígios com grupos radicais, o que o torna grande privilegiado entre os focos de investimentos do mundo.
“China e Índia, por exemplo, fazem fronteira com o Paquistão e podem sofrer impactos de reposicionamentos desses grupos radicais islâmicos”, explica o professor do Ibmec. Em ambos os casos, não há dúvidas de que o impacto econômico do evento terá curta duração na economia nacional.
A alta do dólar, a desvalorização do petróleo ou a redução do da instabilidade no mercado mundial só durarão enquanto durar o fervor do noticiário em torno do assunto. “O ‘evento Bin Laden’ é simbólico. Passado esse momento, a economia volta ao seu lugar”, pontua Niemeyer.
Balança comercial
A relação comercial do Brasil com os países árabes não sai prejudicada nem favorecida com o evento. Marcelo Suano entende que sob esse ponto de vista não há mudança de perspectiva. "Nesse sentido, não nos afeta em nada", pontua.
A Câmara de Comércio Árabe Brasileira acredita que ainda é cedo para se posicionar sobre possíveis impactos comerciais dadas as "especulações" em torno do evento.
Fonte: Brasil Econômico

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